A parede branca (5)

Desafios

Uso esta analogia porque foi assim que me senti, tinha que começar outra história, uma história que contestava… mas porque eu? O que eu fiz para merecer? Pior que as dores eram as limitações que imaginava na minha vida, a alimentação, as viagens, a saúde, a medicação, o bem estar… Enfim, tinha que encaixar tudo isso numa nova forma de existir.

Quem me conhece bem sabe que limitar-me em qualquer ponto do meu ser corresponde a retirar-me um braço. Liberdade para mim é tudo! E tinha que aprender a viver enlaçada a um senhor que até tem um nome bastante intragável Crohn. Pela primeira vez senti que não tinha o controlo nas minhas mãos e entreguei-me na dos médicos e cumpri religiosamente tudo o que me foi proposto. Acho que pela primeira vez na minha vida não contestei nada, limitei-me a obedecer.
Três meses depois os resultados começaram a vir positivos, a melhoria foi visível, recuperei o peso, a minha energia e a vontade de voltar a respirar em plenos pulmões. Permaneci esse tempo em Portugal até estar estável e preparei o meu regresso à Cabo Verde para a festa do final do ano na minha amada ilha de São Vicente.


Tudo era novo, tive que explicar a doença à minha família, aos meus amigos próximos, limitar as minhas experiências gastronómicas e a paródia.

Imagens| Madeira foto criado por vanitjan – br.freepik.com

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